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Aferição de pressão arterial "padrão ouro"

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), na publicação da campanha "Eu sou 12 x 8", quando questionada sobre a possibilidade de profissional de saúde realizar a medida  de pressão arterial de modo incorreto, publica ser possível SIM, devendo serem seguidas normas relativas ao posicionamento do paciente, posição do braço, condições locais em que a aferição esteja sendo realizada, etc. Segundo a SBC, para que a medida de pressão seja considerada um "padrão ouro", ou seja, para que a aferição garanta a máxima exatidão dos valores corretos da pressão, as normas devem ser sempre seguidas e os profissionais que a executem devem ser treinados de forma constante e continuada.

Adicionalmente, as principais literaturas técnicas reconhecidas no Brasil relativas ao atendimento de vítimas no ambiente Pré-Hospitalar, deixam evidentes as diferenças nos protocolos adotados por profissionais de saúde e por "leigos treinados", destacando as competências individuais, sendo de responsabilidade dos "leigos treinados" a identificação e análise precoce da vítima, avaliação do cenário, comunicação e acionamento do resgate avançado e, estabilização da vítima até a chegada da ambulância no local da ocorrência. Já os profissionais de saúde, por sua vez, podem contar com ações medicamentosas, invasivas e até de remoção para o hospital de emergência, quando couber.

Desta forma, o "leigo treinado" não possui a devida habilitação para, ao ler uma simples aferição de pressão arterial de "12 x 8", interpretá-la como pressão normal ou não, ou mesmo concluir que a vítima esteja bem, não sendo necessário o acionamento da equipe de resgate avançado (ambulância), por exemplo. Ademais, alterações de pressão arterial, são consideradas como Urgências Clínicas, e dependendo do caso devem ser tratadas com administração de medicamento, o que é competência exclusiva de profissionais de saúde assistidos por médicos e, por outro, caso o "leigo treinado" leia uma pressão alterada no marcador, além de não poder propor qualquer medida medicamentosa, ainda vai gerar desgaste psicológico na vítima, podendo comprometer ainda mais o quadro clínico da mesma.

Assim, atendendo ao supracitado quanto a prestação dos primeiros socorros, cabe ao "leigo treinado" os seguintes procedimentos quando receber um chamado de vítima se queixando de sinais e sintomas sugestivos de Urgência Clínica: a) garantir a segurança do cenário e uso de EPIs, quando couber, b) avaliar o nível de consciência, sinais vitais (ABCDE) e anamnese, se possível, c) acionar o resgate avançado/ambulância, se necessário, d) estabilizar a vítima, mantendo-a na melhor condição possível, até a chegada do resgate avançado, mesmo que, dependendo do caso, suas ações estejam limitadas a oferecer conforto psicológico e ambiental e, e) quando o resgate chegar, passar informações sobre o ocorrido, afim de auxiliar o suporte profissional.

*Caso esta vítima desfaleça, o "leigo treinado" agirá com os protocolos de Suporte Básico de Vida regidos no Brasil pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Nota: Não cabe ao "leigo treinado" a avaliação conclusiva se a vítima está recuperada ou ainda precisa de atendimento médico. Em segurança, sempre que você estiver na dúvida, opte pela opção mais segura. Não tendo certeza se a vítima é grave ou não, defina que é grave, e acione o resgate avançado!

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